Para a Lua e Além: Como os Assentos Virados para Trás Mudaram a História

As forças G são uma medida de como a aceleração afeta o teu corpo. Quando acelera ou desacelera rapidamente, sentes-te mais pesado ou mais leve do que o normal. Por exemplo, quando andas numa montanha-russa ou travas bruscamente o teu carro. Quanto mais forças G experimentas, mais stress colocas nos teus órgãos e vasos sanguíneos. Para se protegerem das forças G durante a reentrada, os astronautas do Apollo sentavam-se em assentos especialmente concebidos que ficavam virados para trás. Desta forma, podiam distribuir a pressão uniformemente pelos seus corpos e evitar danos nas suas colunas e órgãos internos. Eles também usavam fatos especiais que ajudavam a regular a sua pressão arterial e a prevenir desmaios. Mas o que é que isto tem a ver com as crianças?
Acontece que os assentos virados para trás também são mais seguros para os miúdos em caso de acidente de carro. As crianças têm cabeças maiores e pescoços mais fracos do que os adultos, o que as torna mais vulneráveis a lesões na cabeça e no pescoço. Quando se sentam viradas para a frente numa cadeira auto, as suas cabeças podem ser projetadas violentamente para a frente se houver um impacto repentino. No entanto, quando se sentam viradas para trás numa cadeira auto, as suas cabeças são suportadas pelo encosto do assento e os seus corpos movem-se com ele. Isto reduz o risco de chicotada cervical e danos na medula espinhal. Os assentos virados para trás também oferecem melhor proteção contra impactos laterais e capotamentos.

A ideia das cadeiras auto viradas para trás foi inspirada por Bertil Aldman em 1964, pela forma como os pilotos de aviação se sentavam para resistir às altas forças G durante os treinos e da maneira que a cápsula gemini aterrou no mar, fazendo com que a forma mais segura de aterragem para os astronautas seja de costas.