Parentalidade: Um século depois

A parentalidade é uma das experiências mais desafiantes e gratificantes que uma pessoa pode ter.
Ao longo da história, as técnicas e abordagens da parentalidade evoluíram, e a psicologia da parentalidade mudou drasticamente ao longo do último século. Neste artigo, vamos analisar algumas das principais diferenças entre o trabalho de psicologia antiga do início do século XX e a psicologia moderna da parentalidade e da educação de crianças. Analisaremos também o trabalho de alguns psicólogos proeminentes que se especializaram em crianças durante estes respetivos períodos e como o seu trabalho influencia o campo da parentalidade.
No início do século XX, a filosofia parental dominante era conhecida como “parentalidade autoritária”. Esta abordagem enfatizava regras rigorosas, disciplina rigorosa, e falta de carinho e afeto. Os pais eram vistos como as figuras de autoridade suprema, e esperava-se que as crianças obedecessem sem questionar. Esta abordagem baseava-se na crença de que as crianças eram intrinsecamente más e precisavam de ser controladas e domesticadas.
John B. Watson, um psicólogo e “comportamentalista” americano, é mais conhecido pelo seu influente artigo de 1913 “Psychology as the Behaviorist Views It”(A Psicologia na Perspetiva “Comportamentalista”). Neste artigo, Watson delineou as suas opiniões sobre como as crianças devem ser educadas e como os pais devem criar os seus filhos.
Watson acreditava que as crianças deveriam ser criadas e educadas com base nos princípios do comportamentalismo, a crença de que o comportamento pode ser medido e alterado através de métodos científicos. Argumentou que os pais deveriam utilizar um sistema de recompensas e castigos para moldar o comportamento dos seus filhos, de modo a criar indivíduos bem comportados e socialmente bem sucedidos. Também acreditava que se deveria dar prioridade as aptidões e capacidades práticas que seriam úteis no mundo real em vez de perder tempo com conceitos abstratos ou temas tradicionais como a literatura e a história. Watson acreditava que a chave do sucesso era ensinar as crianças a “como pensar”, em vez “o que pensar”. Além disso, encorajou os pais a adotarem uma abordagem de mãos livres na educação das crianças, evitando o uso de castigos físicos e utilizando recompensas e castigos para moldar o comportamento dos seus filhos. Também aconselhou os pais a evitarem mostrar afeto aos seus filhos, argumentando que isso apenas criaria dependência e fraqueza.
 
Uma psicóloga que influenciou uma abordagem mais moderna da parentalidade foi a Dra. Aletha Solter, uma “psicóloga de desenvolvimento” nascida na Suíça, é mais conhecida pelo seu livro “The Aware Baby”(O bebé consciente) de 2002, que esboça a sua opinião sobre a parentalidade positiva. Neste livro, Solter argumenta que os pais devem responder às necessidades emocionais dos seus filhos de uma forma sensível e empática, em vez de utilizarem métodos tradicionais de disciplina e controlo.
Segundo a Dra. Aletha Solter, as necessidades emocionais das crianças são de igual importância como as suas necessidades físicas, e os pais devem estar sempre em sintonia com as emoções dos seus filhos. Ela acredita que quando as crianças não podem expressar livremente as suas emoções, aprenderão a suprimi-las, conduzindo a problemas emocionais no futuro.
Solter também realça o papel de brincar no desenvolvimento infantil, afirmando que não é apenas uma forma de entretenimento, mas também uma ferramenta crucial para as crianças processarem as suas emoções e compreenderem o mundo à sua volta. Encoraja os pais a proporcionar oportunidades para brincar e a envolverem-se activamente nas brincadeiras dos seus filhos.
Ela também defende o reforço positivo em vez do castigo como meio de moldar o comportamento das crianças. Segundo ela, o castigo pode causar sentimentos de vergonha, culpa e medo nas crianças, enquanto que o reforço positivo pode ajudar a construir a auto-estima e a motivação.
A opinião de Solter sobre a paternidade positiva foi bem recebida pela comunidade parental e teve um impacto significativo na forma como os pais abordam a educação dos filhos. A sua abordagem baseia-se no entendimento de que as crianças são indivíduos únicos com as suas próprias necessidades e emoções. A sua ênfase na sintonia emocional, brincadeira e reforço positivo ajuda os pais a criar crianças felizes, saudáveis e bem ajustadas e o seu trabalho continua a ser amplamente referenciado tanto pelos pais como pelos profissionais.
 

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